Cade a calçada?

P: A calçada é espaço público ou privado?

R: Para muitos, é só mais um puxadinho de sua casa.

Miséria urbana

Gostaríamos de alertar nosso excelentíssimo prefeito para a situação calamitosa que se encontra nossa mais importante praça: Coronel Joaquim José. Em uma bela manhã de domingo crianças e pais dividem espaço com restos de bebida alcóolica, garrafas, copos, cacos de vidro e jovens aparentemente embriagados, dormindo em plena manhã.

Esta situação reflete as políticas inexistentes para a juventude, o crescimento predatório e desordenado de nossa cidade, criando bairros desprovidos de toda e qualquer infraestrutura social, cultural e esportiva.

Nesta praça, presenciamos o encontro entre duas gerações: aquela que abandonada e sem perspectiva alguma, se droga e degrada uma área comum e aquela que hoje dá seus primeiros passos e já tem a sua frente os piores exemplos possíveis.

Degradação humana. Degradação urbana. Degradação pública.

Esta é a cidade que foi sendo construída, seguindo um discurso populista raso e vazio. A cidade que beneficiou poucos em detrimento da totalidade de sua população. Os índices de aprovação podem ser úteis para fins eleitorais, mas eles não dão conta da realidade. Não dão conta da omissão, não conseguem mensurar a falência que nossos espaços coletivos se encontram. Chegar ao ponto de abandonar o único espaço público destinado às crianças, que atende toda a população que vive na região central e suas imediações não é um erro. É um crime.

E por esse crime devem pagar seus responsáveis.

 

 

Fatos e fotos

A cidade de São João da Boa Vista (SP) foi certificada pelo Programa Município VerdeAzul, conquistando o 71° lugar no ranking entre os 645 municípios paulistas, com nota de 85.08. A divulgação do resultado ocorreu em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, no começo de dezembro. Entre as cidades da região, a cidade é a terceira colocada.

O certificado reconhece a boa gestão ambiental e garante à administração municipal a prioridade na captação de recursos do Fundo Estadual de Controle da Poluição (Fecop), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Para composição das notas do Programa, foram avaliadas dez ações: esgoto tratado, resíduos sólidos, biodiversidade, arborização urbana, educação ambiental, cidade sustentável, gestão das águas, qualidade do ar, estrutura ambiental e conselho ambiental.

Na ocasião, o prefeito Vanderlei Borges de Carvalho foi representado pelo diretor municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, João Gabriel de Paula Consentino, que estava acompanhado da engenheira ambiental Evelyn Zanette. Segundo Evelyn, o município VerdeAzul visa estimular e capacitar as prefeituras a implementarem e desenvolverem uma agenda ambiental estratégica.

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Parabéns!!
Vamos ao vencedores:

Questão fundamental

 

P: Por que as obras públicas não duram?
R: Porque elas não são feitas para durar.

Motivar as massas

Fachada, 2015

Mudanças não-destrutivas, que valorizam o entorno, protegem o patrimônio, envolvem a comunidade, possibilitam a difusão cultural e inclusão de artistas locais. Ao largo da burocracia paralisante do poder público, é possível criar projetos eficazes, perenes e relevantes para a nossa cidade. É preciso enxergar além da mediocridade de outdoors e fachadas comerciais, para perceber que o potencial que possuímos é imenso.

Não é preciso aguardar a benevolência de mandachuvas para que se possa realizar algo por aqui. Para alcançarmos a maturidade, deve-se cortar o cordão umbilical. A irrelevância do Departamento de Cultura, é no fim, libertadora.

Paisagem transitória

Construção do condomínio fechado “Portal da Serra”
Ao fundo, Serra da Paulista
São João da Boa Vista, SP

Cenas de uma sociedade doente (VI)

Bandeiras nacional, estadual e municipal. Prédio da Prefeitura de São João da Boa Vista, SP.

LEI No 5.700, DE 1 DE SETEMBRO DE 1971.

Art. 20. A Bandeira Nacional, quando não estiver em uso, deve ser guardada em local digno.

Cenas de uma sociedade doente (V)

Muito muro, pouca calçada.
Sinais dos tempos.

“O condomínio fechado é a anticidade, enquanto “resolvem-se” os problemas de seus moradores, criam-se grandes áreas isoladas de segregação social e com ausência de espaço público. Os bairros serão tanto mais seguros e interessantes quanto maior for a diversidade de uso residencial, comercial e de lazer nas mais diferentes horas e dias de funcionamento.”
Salvador Gnoato, arquiteto e professor na PUC/PR

McCloaca

Todos os dias quantidades industriais de lixo são descartadas na rua de trás da lanchonete mais famosa da cidade de São João da Boa Vista.
Interrompem a circulação, entopem a calçada.

Queremos crer que o departamento competente que deve fiscalizar as posturas não teve a oportunidade ainda de presenciar o fato.
Queremos crer que a televisão que possui seus estúdios a poucos metros não teve a oportunidade ainda de realizar uma boa matéria.
Queremos crer que a empresa responsável pela coleta de lixo na cidade ainda não sugeriu conteiners e grandes caixas para conter o lixo e assim armazená-lo até o momento da coleta.
Queremos crer que ainda é possível viver em uma cidade civilizada. Onde leis são para todos e por todos.
Queremos crer que montanhas de lixo não vão mais frequentar nossas ruas.

Queremos crer que isso não vai mais acontecer.

McDonald’s
São João da Boa Vista – SP

Luxo fabricado, lixo transformado
Expectativas gerais, problemas nos traz
Comida atroz, na rua atrás

Cloaca de um tempo, que será esquecido
Assim que o mundo tiver crescido.

Cenas de uma sociedade doente (IV)

Biblioteca Municipal de São João da Boa Vista – SP
Rua Benedito Araújo, 44

“Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva.”

Albert Camus